Relações de Israel com a América Latina
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As relações de Israel com a América Latina

Autor(a):
Editora Editora MEMO
Publicado em 10 de junho de 2021
Tipo de Publicação Digital
Nº de páginas 20
Idioma Português

Israel sempre buscou ter alcance político na América Latina e ampliar relações para conquistar apoio de seus países em fóruns internacionais, especialmente a votação nas Nações Unidas ou no Conselho de Segurança, além da representação política e diplomática por meio da abertura de embaixadas e escritórios de Israel nesses países.

O continente que se divide em América Central, América do Sul e Caribe e constitui mais de 8% do PIB global conta com um membro no BRICS, o Brasil, considerado um dos países mais desenvolvidos economicamente da região.

O início da relação se deu quando 13 países  latino-americanos votaram a favor da resolução de partição entre 20 países da época, com seis abstenções e o voto contrário de Cuba.

Depois da guerra de 1967, 20 países latino-americanos submeteram às Nações Unidas um projeto para a retirada de Israel das terras ocupadas nos confrontos e o fim do estado de guerra, em respeito à coexistência e à paz, mas Israel rejeitou a proposta categoricamente. A devolução só ocorreria com a Resolução 242 da ONU.

A América Latina esteve distante de conflitos globais como a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais, as disputas entre Rússia e China ou entre China e América, e também longe da questão nuclear iraniana Porém, durante a Segunda Guerra Mundial,  o Brasil foi um dos primeiros produtores de alimentos para os os exércitos dos grandes países envolvidos.  A posição latino-americana mudou, tendendo em grande parte a favor da causa palestina depois que a região foi afetada pelo Movimento dos Não-Alinhados, com o surgimento de 15 países das ilhas caribenhas, além de Peru, Chile, Argentina, Nicarágua e Cuba.

Israel tentou repetidamente entrar na América Latina através do Brasil ou Argentina, mas não obteve o sucesso pretendido. Já com ajuda dos  Estados Unidos conseguiu em grande medida estender sua influência sobre a América Central, como El Salvador, Guatemala, Honduras e Nicarágua. A corrente evangélica extremista cresceu nesses países carregando seu alinhamento com Israel em todas as suas visões.

A ascensão do atual presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, constituiu um impulso político e moral para Netanyahu pessoalmente e para Israel em geral. O primeiro-ministro israelense fez quatro visitas oficiais ao Brasil, México e Argentina de 2017  até 2020.

Acrescente a essa aproximação o fato de que a comunidade judaica na América Latina, em cerca de 450 a 500 mil pessoas no conjunto, tem papel ativo no fortalecimento das relações com Israel, contando com investimentos e empresas  na região e  o apoio financeiro, político e de segurança de Israel.

Os árabes também são em grande número bem-sucedidos, com personalidades conhecidas e influentes, como o ex-presidente brasileiro Michel Temer e o atual presidente de El Salvador, Nayib Bukele e muitos outros generais do exército, ministros, comerciantes, donos de negócios e patrimônio.

Segundo artigo do Mohsen Mohamed Saleh, no Alzaytouna:

algumas estimativas indicam que existem cerca de 600 milionários de origem palestina no Brasil e no Chile.

 

Mas as comunidades árabes e a comunidade palestina em particular são mais desarticuladas entre si e com os países árabes, representando  menor força política conjunta.

Isso não quer dizer que os árabes da América Latina tenham pouca expressão. Eles são fortes e influentes nas sociedades latinoamericanas! Mas a falta de articulação em torno da causa palestina, especialmente, não afeta tomadores de decisão como poderia.

Falta um projeto palestino-palestino ou árabe-palestino que envolva essas comunidades.

A força de Israel na região latinoamericana resulta dos grupos de pressão judaicos, do aumento da porcentagem de evangélicos pró-Israel e dos extremistas de direita e da ausência de um projeto comum árabe-palestino.

Por outro lado, na América Latina aumentaram os movimentos de esquerda e estudantil, sindicatos gerais e organizações que defendem a Palestina nos fóruns internacionais e apóiam a decisão de estabelecer um Estado palestino nas fronteiras de 1967.  As últimas décadas testemunharam avanços pró-Palestina nas posições dos ex-presidentes do Brasil, Lula da Silva  e Dilma Rousseff; do Paraguai, Fernando Lugo; do Equador, Rafael Correa; da Colômbia, Ernesto Samper; do Uruguai, Pepe Mujica; e de figuras como o escritor Milton Hatoum, o cartunista Carlos Latuff, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, e o líder estudantil Edmilson Costa.

Essas lideranças  assumiram uma posição valiosa quando exigiram, em julho de 2020,  a imposição de sanções a Israel devido ao apartheid, e o plano de anexar as terras da Cisjordânia como parte do malfadado Acordo do Século anunciado por Donal Trump.

O documento produzido por Walid Abdul Hay em abril de 2021, do Centro de Estudos & Consultorias AL-Zaitouna, que o Monitor do Oriente Médio e a MEMO Editora apresentam em português  explica as relações de Israel com a América Latina com um resumo histórico das fases de reconhecimento do Estado de Israel, o período de transições no continente e os reflexos na região das normalizações  entre países do mundo árabe e Israel. Sobre o futuro dessas relações, o autor considera fatores como as forças políticas rivais na América Latina, aspectos econômicos e militares. Finalmente, aborda o papel das comunidades judaica e árabe no desenvolvimento ou declínio desta relação.

Sobre o(a) autor(a)

Walid Abdul Hay

Walid Abdulhay obteve o doutorado em 1980 e trabalhou emvárias universidades árabes. Na Jordânia, foi chefe do Departamentode Ciências Políticas na Universidade de Yarmouk, membro do Conselho Superior de Mídia, do Conselho de Recursos, do Conselho de Curadores do Centro Nacional de Direitos Humanos e do Conselhode Curadores da Universidade Al-Zaytouna. Publicou mais de vintelivros,...

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